A Cartier de Lisboa acaba de reabrir e só nos ocorre dizer “Uau”. A cada passo somos surpreendidos por obras de arte recheadas de simbolismo, recantos confortáveis e uma luminosidade impressionante.
À chegada, quase conseguimos esquecer que estamos na esquina do número 240 da Avenida da Liberdade e que o estaleiro das obras do plano geral de drenagem de Lisboa fica mesmo em frente. Uma obra importante para o futuro da cidade e que não dá para contornar, bem sabemos, mas cuja visão desaparece de imediato assim que nos abrem a porta. Entramos e, na zona da joalharia, a renovação da boutique, concebida pelos arquitetos Bruno Moinard e Claire Bétaille, salta logo à vista: uma grande cúpula de vidro, obra do artista de vitrais Jorge Aragone, filtra a luz em tons suaves e dá as boas-vindas aos visitantes.
Com tonalidades claras e suaves, o espaço intimista da zona de Bridal irradia um ambiente marinho sereno que realça as coleções de diamantes da maison. No centro, uma instalação criada pela artista Véronique de Soultrait apresenta cordas de vários tamanhos e cores, adornadas com pátinas madrepérola e douradas. Estas tranças, cada uma delas símbolo de paciência e mestria, evocam o movimento rítmico do mar e remetem para os cabos outrora utilizados pelos navegadores portugueses. Nenhum detalhe foi descurado: a alcatifa com padrão de ondas conecta a sala à costa portuguesa, integrando na perfeição as curvas graciosas dos anéis da Cartier. Os estofos de inspiração coral e um painel em madrepérola com motivos de conchas realçam ainda mais o tema aquático. Um candelabro com gotas transparentes desce como gotas de água, conferindo um toque final de elegância etérea ao espaço.
Visto o primeiro nível, é tempo de subir dois degraus que nos levam a um ambiente distinto do anterior: a Sala Jardim. Aqui, destaca-se, na parede lateral direita, uma incrível instalação têxtil criada pelo estúdio português de decoração de interiores Casa do Passadiço, inspirada nos bordados tradicionais das colchas de Castelo Branco, numa homenagem a este trabalho artesanal que perdura no tempo. A paleta quente de tons amarelos, verdes, azuis e encarnados com motivos inspirados na natureza dá eco às tradições dos bordados e recebe com conforto as coleções de joalharia mais icónicas da Cartier – “LOVE”, “Trinity” e “Juste un Clou”.
A viagem prossegue, e entramos agora no espaço dedicado à relojoaria. Inspirado na natureza, mergulhamos numa atmosfera vibrante, onde cores vivas e materiais requintados destacam as coleções “Santos”, “Panthère”, “Tank”, “Baignoire”. A obra da artista portuguesa Vanessa Barragão, que transforma a arte tradicional do croché numa obra-prima escultural, reforça este tema, refletindo a beleza e a fragilidade da natureza.
A Cartier mantém-se, também com este projeto, fiel no seu compromisso de preservar o artesanato, colaborando com artesãos qualificados para criar instalações que honram o património do país. Cada peça, desde a marcheterie complexa até ao bordado artesanal, é um testemunho do legado intemporal de um savoir-faire excecional. Um orgulho para o Diretor Administrativo da Cartier Ibéria, Nicolas Helly: “desde a sua abertura em 2013, a boutique Cartier em Lisboa tem acompanhado o renascimento da Avenida da Liberdade para se tornar um destino obrigatório para os visitantes. Com esta renovação, o novo espaço Cartier presta homenagem ao rico património cultural português através da visão contemporânea de diferentes artistas locais e tornar-se-á um ponto de encontro para todos os lisboetas e visitantes da cidade”.













