Até domingo, 1 de junho, a ARCOlisboa transforma a cidade num centro pulsante de arte contemporânea, com 83 galerias, prémios, novos espaços e diálogos que atravessam oceanos.
Na Cordoaria Nacional, a arte tem sotaque global. De quinta-feira a domingo, a oitava edição da ARCOlisboa reafirma o papel da capital portuguesa como epicentro de criação, reflexão e mercado no contexto da arte contemporânea. São 83 galerias de 17 países — das quais 30 portuguesas — que marcam presença num evento que é uma celebração viva do pensamento visual.
Ao longo dos últimos anos, a ARCOlisboa consolidou-se como uma plataforma estratégica para a arte contemporânea internacional, especialmente no eixo Europa–África–Américas. A evolução dos números fala por si: de 11 mil visitantes em 2022, a feira passou para mais de 13 mil em 2023 e 2024, de acordo com dados da organização. A expectativa é de que a edição de 2025 supere novamente os recordes de afluência.
Este ano, o programa geral reúne 61 galerias — entre estreantes, regressos e presenças habituais. Estreiam-se nomes como Travesía Cuatro e Set Espai d’Art; regressam galerias como Nuno Centeno, Vermelho e Rosa Santos; e mantêm-se referências incontornáveis como Cristina Guerra Contemporary Art, Vera Cortês, Francisco Fino, Madragoa, Pedro Cera e Bruno Múrias.
A secção Opening Lisboa mantém a missão de revelar talentos emergentes e práticas experimentais. São 18 galerias jovens, entre elas a 4710 Gallery (vencedora do prémio Opening em 2024), a ADZ Gallery e a Moria Galería, que ocupam um espaço especialmente concebido pelo estúdio português Feeders.
Já o programa As Formas do Oceano, com curadoria de Paula Nascimento e Igor Simões, propõe um mapeamento das ligações culturais entre África e a sua diáspora. Reúne cinco galerias de Marrocos, Brasil, França, África do Sul e Espanha — uma geografia afetiva e política que sublinha a força dos trânsitos e das identidades partilhadas.
A feira inclui também projetos a solo, com destaque para artistas como Diogo Pimentão, Klaas Vanhee ou Amélie Esterházy, cujas obras permitem leituras aprofundadas e pausadas no meio do turbilhão de estímulos.
A par da exposição comercial, a ARCOlisboa reforça o seu caráter de centro de pensamento. As Millennium Art Talks, com curadoria de Filipa Oliveira, decorrem no Torreão Nascente, e a ArtsLibris traz à feira mais de 30 editores e livreiros especializados, com entrada livre para o público.
A relevância económica do evento também não é ignorada: mais de 150 colecionadores, diretores de museus e curadores foram convidados para Lisboa, num esforço claro de internacionalização. Prémios como o da Fundação Millennium bcp (Melhor Stand) ou o Prémio de Aquisição da Coleção Studiolo mostram como as entidades privadas estão cada vez mais atentas ao papel da arte enquanto investimento — financeiro e cultural.
A ARCOlisboa estende-se à cidade com um programa paralelo que inclui visitas a coleções privadas, inaugurações e eventos nos principais museus e galerias. Num momento em que Lisboa ganha novo fôlego com o recente Museu de Arte Contemporânea Armando Martins e a reabertura do Centro de Arte Moderna Gulbenkian, a feira vem reforçar o lugar da capital na rota internacional da arte.
Presença portuguesa em destaque
ARCOLisboa 2025
Cordoaria Nacional, Lisboa
De 29 de maio a 1 de junho
– 30 e 31 de maio: 12h00 às 20h00
– 1 de junho: 12h00 às 19h00
Bilhetes: 10 euros (entrada gratuita para menores de 25 anos, dias 30 e 31 a partir das 15h00)












