Os preços das casas subiram a nível global no primeiro trimestre de 2025. Portugal destaca-se no pódio mundial, com uma valorização de 16,9%, ultrapassando mercados como Bulgária ou Croácia.
O mercado imobiliário global voltou a aquecer no arranque de 2025. De acordo com o Global House Price Index da Knight Frank, os preços das habitações subiram, em média, 2,3% face ao ano anterior, impulsionados pela redução dos custos de financiamento após os primeiros cortes nas taxas de juro. Uma recuperação modesta, mas suficiente para colocar novamente em destaque destinos que atraem investidores exigentes.
Entre os 55 mercados analisados, Portugal surge em 3.º lugar, apenas atrás da Turquia e da Macedónia do Norte, registando uma valorização nominal de 16,9% e real de 14,8%.
O mapa global, subidas e quedas
Se por um lado a Europa dominou o topo da tabela, com oito mercados acima dos 10% de crescimento, noutras latitudes o cenário foi menos favorável. A China continental e Hong Kong, por exemplo, continuam a enfrentar descidas significativas, com quedas de -7,5% e -6,5%, respetivamente.
A fotografia global mostra, portanto, um mercado a duas velocidades: países onde a procura continua forte e destinos em que a pressão económica e demográfica mantém os preços em terreno negativo.
Portugal é um porto seguro para viver e investir
Em Portugal, a valorização não é apenas reflexo de um ciclo financeiro. Lisboa, Cascais, Comporta ou o Porto consolidaram-se como pólos de estilo de vida e investimento. Seja pela proximidade ao Atlântico, pelo clima ameno, pela arquitetura histórica ou pela gastronomia reconhecida mundialmente, as casas portuguesas são vistas como bens tangíveis que oferecem qualidade de vida e segurança patrimonial.
Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela + Penalva, reforça esta ideia: “Portugal entrou definitivamente no radar de investidores estrangeiros que procuram uma segunda habitação ou projetos de investimento. O cliente nacional também está mais exigente, atento à qualidade e ao caráter distintivo dos empreendimentos”.
A nova procura: distinção e personalização
Mais do que localização, os compradores procuram hoje diferenciação. Projetos com assinatura de arquitetos premiados, empreendimentos que aliam design contemporâneo à preservação da identidade local e residências com serviços exclusivos são cada vez mais valorizados.
Na prática, isto traduz-se numa procura que se estende do Chiado a Alcântara, de Carcavelos à Linha do Estoril, e que chega ao Douro ou ao Alentejo, onde a serenidade da paisagem se alia a projetos de turismo residencial.
Entre tendências globais e o charme português
Enquanto o mundo aguarda novos cortes de taxas que possam consolidar a recuperação, Portugal continua a afirmar-se como uma exceção positiva. Num momento em que a acessibilidade real continua pressionada pela inflação em várias geografias, o país apresenta um crescimento sólido, sustentado tanto pela procura internacional como pelo interesse de um cliente nacional cada vez mais exigente.
E há um dado que importa reter: Portugal não é só um destino de investimento — é um destino de vida. Aqui, uma casa pode ser tanto um ativo financeiro como um refúgio para saborear o quotidiano entre mar, vinhas e cidades que respiram cultura.










