Esqueça os balcões de check-in, as esperas e os atrasos. Quem opta por um Cirrus SR22T G7+ não compra apenas um avião — compra tempo, liberdade e o conforto de estar onde realmente importa.
Embarcar num avião sem passar pelo caos do trânsito nos acessos ao aeroporto de Lisboa já é, por si, um luxo. A (inesperada) ausência de stress que pontua toda a experiência faz valer cada cêntimo gasto na portagem da A5 para chegar ao Aeródromo de Tires. Respiro fundo ao apertar o cinto sem ter as mãos a tremer dos nervos de chegar a tempo à porta de embarque, com o meu nome a ser gritado nos altifalantes em last call mode, depois de praticamente me despir no controle de segurança, de deixar um rim num dos restaurantes do lounge por uma amostra de pequeno-almoço e a recompor-me de uma luta de wrestling para conseguir um espaço no compartimento de bagagem de mão. Ufff. Um filme que não aconteceu – desta vez.
No aeródromo não há filas, nem esperas, nem pressa. O ambiente é técnico, sim, mas informal e acolhedor. Os funcionários chamam-nos pelo nome, dão indicações com simpatia e há tempo para respirar antes da aventura. A pista está ali mesmo, a céu aberto. Caminha-se diretamente até ao avião, como se o mundo ainda funcionasse por acesso direto e não por portas automáticas ou mangas telescópicas.
O Cirrus SR22T G7+ aguardava na pista com uma elegância contida: linhas aerodinâmicas, perfil robusto, pintura imaculada. Sem luzes acesas — afinal, é de dia — mas com uma presença que impõe respeito. A porta fecha-se com um clique suave, e de repente tudo muda: o exterior silencia-se, e a cabina envolve-me.
O interior impressiona: os assentos em pele com costuras visíveis, os painéis envolventes, o tablier digital, os comandos ao alcance das pontas dos dedos — lembra mais o cockpit de um desportivo de alta cilindrada do que a cabine de um avião. E como num carro de exceção, tudo aqui tem resposta rápida, toque preciso, conforto envolvente. Música. Carregador de telefone (entradas USB-C). Ar-condicionado. Serviço de bordo? Também não pedimos tanto. Afinal, a distância é curta.
Sentado ao meu lado, neste avião de 5 lugares, o Comandante Pedro Raposo entrega-me os auscultadores e explica calmamente o que se segue. Checklist no ecrã. Cintos com airbag. Uma lista de procedimentos a cumprir. Liga a ignição – aqui sim, sinto as borboletas na barriga. Não é medo, é empolgamento. Afinal, não é todos os dias que temos nas mãos um exemplar destes – e está prestes a começar a nossa curta viagem experimental. No rádio, trocam-se mensagens meio enigmáticas, primeiro com o ground, ainda na rampa de acesso à pista, depois com a tower (a torre de controle). Fala-se inglês, é universal na aviação.
– N702SR cleared from Cascais to Cascais after departure right turn to Cova do Vapor 1000 feet then route and profile.
– N702SR, taxi to J hold short runway 35 with tower 120.305
– N702SR winds 350/12 kts runway 35 cleared for takeoff.
O rádio é constante, quase hipnótico. Cada troca tem ritmo próprio, preciso. O comandante lê, responde, ajusta comandos com fluidez. E eu, ali ao lado, absorvo tudo com uma atenção quase reverencial. E depois, o ponto alto: aceleramos, descolamos com suavidade e, pouco depois, estamos a sobrevoar o Atlântico. A bahia de Cascais à direita, a ponte sobre o Tejo ao fundo, do lado esquerdo.
O azul do céu funde-se com o azul do mar, e entre os dois, a terra é uma faixa em tons de verde e areia. A praia da Comporta, vista de cima, revela-se mais esguia, mais exótica — quase uma ilusão caribenha colada à península ibérica. Lá em baixo, as dunas serpenteiam entre o pinhal, e os arrozais desenham geometrias perfeitas no terreno.
Cá em cima, o Cirrus mantém uma suavidade quase inquietante. Tudo é intuitivo, tudo responde com precisão. O Painel Perspective Touch+™ da Garmin® — dividido em dois ecrãs de alta definição — permite visualizar simultaneamente cartas de navegação, meteorologia em tempo real, plano de voo, radar de tráfego e uma visão sintética do terreno, com representação 3D, sinalização de pistas e até alertas caso estejamos prestes a alinhar com a pista errada. É como um co-piloto com memória fotográfica e capacidade de antecipação.
Segurança sem precedentes
O Cirrus SR22T G7+ é o primeiro avião monomotor com sistema de aterragem autónoma aprovado pela FAA. Chama-se Safe Return™ Emergency Autoland. Basta um botão. Em caso de emergência, o sistema assume o controlo do voo, comunica com o tráfego aéreo, escolhe o aeroporto mais próximo, contorna obstáculos e condições meteorológicas adversas, aterra, trava e desliga o motor. Tudo sozinho.
Somam-se a este escudo de segurança o CAPS® — Cirrus Airframe Parachute System®, o Stick Shaker que alerta para a perda, o Envelope Protection, o sistema anti-gelo TKS FIKI, cintos de segurança com airbag e assentos com absorção de impacto. Tudo integrado de forma quase invisível. Invisível — mas vital.
Já com maior altitude, damos a volta, para regressar a Cascais. E eis senão quando o comandante Pedro pergunta: “Quer experimentar?”. Não sou mulher de recusar desafios, embora nesta fase as borboletas na barriga já se assemelhem a um enxame de abelhas agressivas (ou seria um bando de enormes gaivotas?). Ignoro-as e coloco as mãos no comando à direita – há um de cada lado -, com uma espécie de reverência. E durante alguns minutos, piloto. Sinto a resposta da aeronave, a leveza dos gestos, a precisão do voo. Não é apenas um transporte — é uma extensão do corpo e da vontade.
Tempo: o bem mais precioso
“Quem compra um Cirrus, compra sobretudo isto: tempo”, diz Pedro Raposo, enquanto ajusta o altímetro. E explica: “Estamos a falar de pessoas que têm reuniões em Lisboa de manhã e em Madrid ou no Porto à tarde. Sem esperas, sem filas, sem aviões comerciais. Aqui, chegas ao hangar, apresentas o plano de voo e partimos. Leva menos tempo do que atravessar a Segunda Circular.”
A aviação privada pode parecer, à primeira vista, um capricho. Mas, na prática, é uma ferramenta. Um investimento racional para quem valoriza o tempo. Um meio para garantir presença — nas decisões, nas reuniões, nas vidas que, de outro modo, ficariam adiadas.
A Cirrus é parceira da Laurel, a associação das marcas de luxo portuguesas, posicionando-se como parceira estratégica de quem valoriza a excelência, a inovação e o saber-fazer. Um sinal claro de que o Cirrus ST22 G7+ não é apenas uma máquina de voo — é um objeto de culto entre marcas que entendem o tempo como o verdadeiro bem escasso do luxo contemporâneo.
O Cirrus como extensão da personalidade
A Cirrus criou um configurador digital 3D, acessível online, onde se pode desenhar o avião ao gosto do proprietário: escolher paletas cromáticas, texturas, costuras, revestimentos, acabamentos metálicos, iluminação ambiente. O interior pode ser em tons clássicos ou ousados, com apontamentos cromados, carbono, madeira ou napa.
Pedro partilha algumas histórias: uma cliente nos Estados Unidos, fã da Louis Vuitton, pediu um SR22T com o monograma reinterpretado nos bancos e nas cores da fuselagem. Outro, proprietário de um Lamborghini Urus azul turquesa, quis o avião a condizer — num tom azul vivo, com costuras em laranja e bancos perfurados.
Esses pedidos são tratados pelo Xi Design Studio, a divisão que cuida dos detalhes de acabamento como se se tratasse de uma peça única de alta-costura aeronáutica.
Regresso com a leveza de quem dominou o tempo
Sobrevoámos a Comporta sem aterrar — este voo não era sobre o destino, mas sobre a travessia. E no regresso, a torre de Cascais volta a soar:
– N702SR 330/10 kts runway 35 cleared to land.
O toque no asfalto é tão suave que quase não se sente. O motor reduz, o trem desliza, o tempo desacelera. Se todos os voos fossem assim tranquilos, quem iria precisar de calmantes?
Cirrus SR22T G7+ (2025)
Motor Continental TSIO-550K Turbo, 315 hp
Velocidade de cruzeiro ~390 km/h (211 kt)
Alcance Até 1 700 km
Teto operacional 25 000 pés (7 620 m)
Capacidade 5 lugares (piloto + 4 passageiros)
Segurança CAPS®, Safe Return™, ESP™, Stick Shaker, Airbags
Aviónicos Garmin® Perspective Touch+, visão sintética 3D, SurfaceWatch™, 3D SafeTaxi™
Conectividade Cirrus IQ™, Global Connect, Bluetooth®, atualizações automáticas
Interior Climatização, assentos em pele, iluminação ambiente, 4 USB-C, 5 tomadas de headset
Configuração personalizável Via configurador 3D ou Xi Design Studio
Quanto custa um Cirrus SR22T G7+?
O preço base nos EUA para um Cirrus SR22T G7+ começa nos 908 mil dólares, o equivalente a cerca de 830 mil euros. Na versão GTS, com todos os pacotes incluídos, ultrapassa os 1,14 milhões de dólares — cerca de 1,05 milhões de euros.
Mas o valor final de aquisição em Portugal pode aproximar-se (ou ultrapassar) dos 1,5 milhões de euros, especialmente quando inclui:
• personalizações feitas à medida no Xi Design Studio,
• pintura exclusiva e interiores de assinatura,
• transporte, legalização, IVA e matrícula EASA,
• formação do piloto, seguro, manutenção e serviços de hangaragem.
















