A 27 de maio, a Faraone Casa d’Aste volta ao palco com um leilão que confirma o luxo como refúgio financeiro: 334 lotes de jóias, relógios e carteiras que resistem ao tempo — e ao mercado.
Há quem compre ouro em tempos de incerteza. Outros preferem crocodilo Hermès. Em tempos de bolsas instáveis e valores voláteis, o luxo tangível — com pedigree e raridade — voltou a impor-se como o verdadeiro ativo de refúgio. É com esta premissa que a Faraone Casa d’Aste apresenta o seu próximo leilão, a 27 de maio, em Milão, em live streaming. No catálogo, 334 lotes de elegância sólida: jóias de época com natural pearl appeal, carteiras icónicas que batem o ouro em valorização anual, e relógios que marcam muito mais do que as horas. É o reencontro entre desejo e estratégia — onde o belo é, também, o mais sensato.
Luxo silencioso como ativo de longo prazo
Num cenário económico volátil, há bens que resistem — e prosperam. As jóias com assinatura, as carteiras intemporais e os relógios vintage estão hoje no radar de um novo perfil de comprador: menos impulsivo, mais estratégico. No leilão de maio da Faraone, esta tendência está espelhada numa curadoria que combina valor intrínseco, história e apelo estético. Tudo transmitido em três sessões, numa plataforma global — e com um público cada vez mais atento à sofisticação que rende dividendos.
Há uma nostalgia nova que não procura apenas estética: exige contexto e substância. A secção de jóias antigas deste leilão é, por isso, particularmente reveladora. Em destaque, quatro peças que pertenceram a Dora VonWiller — nobre suíça do início do século XX e figura de referência na cena artística da época. O colar Settepassi e um colar assinado por Mario Buccellati, ambos presentes na exposição “20th Century Italian Jewelry”, são agora leiloados como peças de museu, mas também como investimentos de colecionador.
A joalharia do século XIX e início do século XX continua a atrair novos olhares. Entre as propostas: um alfinete vitoriano em ouro rosa e prata com um rubi de 7,35 ct e 13 ct em diamantes. Uma peça singular que cruza savoir-faire com narrativa — e que poderá ter, como tantas outras, um novo capítulo de valorização no mercado secundário.



As pérolas voltaram (e não são só para usar)
Confirmando a tendência em alta nas passerelles da Primavera/Verão 2025, as pérolas voltaram ao centro do desejo — e da estratégia. Depois do recorde da edição anterior (com um par de brincos em pérola natural a atingir 125 mil euros, contra os 5 mil estimados), a Faraone volta a apostar numa seleção notável.
Entre os lotes mais aguardados: um anel em platina com pérola natural de água salgada de 11 mm e diamantes em baguette, brincos em ouro amarelo com diamantes de lapidação antiga e duas pérolas de 19 mm cada, e ainda uma peça envolvente em ouro e prata com diamantes huit-huit. Clássicos, sim — mas com nova leitura e, sobretudo, nova rentabilidade.
Bulgari, Cartier e o valor da assinatura
O mercado valoriza cada vez mais o inusitado, mas também o reconhecível. Um terço dos compradores de joalharia procura peças assinadas, e as criações de maisons como Bulgari, Cartier, Buccellati ou Vhernier são consideradas apostas seguras. A marca romana lidera a seleção deste leilão com propostas como um conjunto da coleção Boule, um colar Celtaura com pedras semipreciosas e um icónico Bulgari Bulgari com ónix — todas elas com forte presença no mercado secundário e potencial de valorização.
A Cartier, por sua vez, brilha com uma demi-parure em estilo fita, com 17,30 ct de diamantes e 26,90 ct de rubis — uma peça com elegância arquitetónica e brilho perpétuo.






Carteiras que são capital
Na sessão matinal, o foco muda-se para o segmento das carteiras de luxo — hoje vistas como ativos de investimento. A estrela? Hermès, claro. Com propostas como uma Birkin 35 em Vert Anis e Ultra Violet, uma Kelly 32 em crocodilo Niloticus preto (1992), e uma Constance III Mini com fecho em crocodilo Rose Pourpre, todas elas completas e em excelente estado, o leilão oferece mais do que acessórios: oferece oportunidades financeiras. Com uma valorização média de 14% ao ano e baixa volatilidade, as carteiras Hermès ultrapassam, hoje, o desempenho do S&P 500 — e já integram o portefólio de cerca de 25% dos investidores de luxo.
Outras presenças relevantes incluem Chanel, com dois modelos Timeless dos anos 80/90, carteiras da Gucci e da Bottega Veneta, e peças de mesa em prata de casas como Cesa, Codevilla e Buccellati — porque o luxo também vive nos detalhes.







