O talento não tem género — o sistema ainda tem. Embora representem a maioria nas escolas de arte, as mulheres continuam sub-representadas no mercado. A WAF surge para reequilibrar o sistema e dar visibilidade ao talento feminino.
“Onde estão as mulheres artistas?” — a pergunta não é nova, mas continua sem resposta satisfatória. Nos números, nas paredes dos museus, nos catálogos das galerias e nas estatísticas dos leilões, a presença feminina é, ainda hoje, exceção. E no entanto, elas são a maioria nas escolas de arte.
Em 2022, apenas 9% das obras vendidas em leilão tinham assinatura feminina, com um valor médio 42% inferior ao das obras de artistas homens. A disparidade é clara, estrutural e transversal a geografias e disciplinas. E se o talento não tem género, a sua valorização no mercado continua a ter.
É precisamente para combater esta assimetria que nasce a WAF — Women in Art Fellowship, uma bolsa anual no valor total de 27 000 euros, que procura dar às artistas mulheres financiamento, bem como também formação, visibilidade e rede — ferramentas cruciais para construir uma carreira sólida no setor artístico.
Uma bolsa para criar, formar e dar visibilidade
Promovida pelo Freeport Lisboa Fashion Outlet e Vila do Conde Porto Fashion Outlet, em parceria com a Portugal Manual e a SOTA – State of the Art, a WAF não se limita a premiar uma vencedora: das candidaturas recebidas serão selecionadas dez finalistas, todas com acesso a um programa intensivo de capacitação.
Durante três meses, estas artistas terão formação especializada em identidade artística, portefólio, comunicação digital e sustentabilidade financeira. A vencedora será depois escolhida com base na proposta apresentada e no percurso desenvolvido ao longo da bolsa, recebendo um apoio estruturado que inclui mentoria com curadores e galeristas, desenvolvimento de comunicação e presença online, produção de obras originais e a realização de uma exposição final no início de 2026.
Apoiar quem está fora do radar das instituições
Com Joana Vasconcelos como madrinha da primeira edição, a WAF dirige-se a mulheres artistas residentes em Portugal há pelo menos três anos, sem representação em galerias e que nunca tenham sido financiadas por bolsas ou mecenas. Podem candidatar-se artistas das artes visuais, escultura, design, têxtil ou artesanato — áreas muitas vezes afastadas dos grandes circuitos institucionais, mas fundamentais para a construção de uma cultura plural e representativa.
A bolsa pretende assim dar visibilidade a novos talentos, fora dos centros habituais de consagração, e abrir caminho a uma nova geração de artistas com uma voz própria. A WAF quer ser um ponto de viragem — um programa que capacita, profissionaliza e dá palco ao talento feminino, com um modelo replicável e sustentável a longo prazo.
Além do impacto direto na artista vencedora, a WAF contribui para a criação de uma comunidade de apoio. A sua estrutura conta com parceiros de referência: a VIA Outlets Portugal, enquanto parceira operacional e financeira, assegura os recursos e a visibilidade necessários à concretização do programa; Filipa Belo, fundadora da Portugal Manual, atua como curadora e consultora estratégica, com reconhecido trabalho na valorização do artesanato e das indústrias criativas; e Astrid Sauer, fundadora da SOTA, especialista em arte contemporânea, é responsável pela curadoria cultural e articulação com o meio artístico.
WAF — Women in Art Fellowship
Candidaturas abertas até 8 de junho de 2025
Requisitos: portefólio, carta de motivação e CV artístico
Submissão para: waf.portugal@gmail.com
Mais informações: www.freeportfashionoutlet.pt | www.viladocondefashionoutlet.pt













